segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Breve histórico do Abolicionismo no Brasil

Recentemente li um livro chamado "o Abolicionismo do escritor Joaquim Nabuco. O texto traz uma narrativa crítica sobre o processo de escravidão no Brasil. Inicia sobre a estimativa da população brasileira que até meados de 1876 era apurada em aproximadamente 12 milhões de brasileiros. No entanto a maior parte dessa população era descendente de escravos, que tinha como efeito para a população brasileira saturá-la com o sangue negro.
Assim a raça negra foi se propagando no país, se tornando a gênese do povo brasileiro. Com a mistura de raças, raça negra com a raça branca trouxeram combinações excêntricas. Posteriormente juntou-se também a raça dos aborígines. Assim tem-se três correntes distintas de sangue no país, das quais surge o povo brasileiro: o português, o africano e o indígena.
O autor expõe que no início da colonização, era descarregada no Brasil, toda a população marginalizada de Portugal. Assim, todo o território desta colônia foi distribuído entre “donatários sem meios, nem capitais, nem recursos de ordem alguma, para colonizar suas capitanias, isto é, de fato, aos jesuítas”. Conseqüentemente pelo fato da África estar “nas mãos” de Portugal, o povoamento começou pelos negros, lançando como expressa o autor, “uma ponte entre África e Brasil, povoando o território brasileiro.
Assim o autor aponta em se analisar a hipótese do Brasil ter sido “descoberto” três séculos mais tarde, supondo possíveis progressos que não houvera desde o processo de colonização pelos portugueses, tais como a exploração ruinosa do território, a decadência prematura, a exploração. A escravidão dos negros foi o duro peso da colonização da América, preço pago pela população brasileira.
Pressupõe ainda que se Portugal tivesse tido a noção de que a escravidão é um erro, devendo puni-la como crime, a história do Brasil teria sido diferente, possivelmente como colônia portuguesa, no entanto “crescendo sadia e forte.
No entanto, é difícil apontar como seria o futuro do Brasil se não tivesse acontecido da forma como o foi, o que teria sido melhor para a história do Brasil entre ser arrebatado pelos portugueses ou explorado pelos holandeses ou franceses. Assim ser explorado por africanos livres e explorado por escravos portugueses, na primeira hipótese o Brasil teria crescido uma nação robusta.
O autor aponta, ainda, que não foi a raça negra um “mau elemento” para o Brasil, mas sim essa raça reduzida ao cativeiro, que é um abismo de degradação e miséria que infelizmente faz parte da história do Brasil.
O autor chega por fim a conclusão de que a escravidão transportou da África para o Brasil mais de dois milhões de africanos, que favoreceu a fecundidade das mulheres negras, que essa população forma ao menos 2/3 da população brasileira, que durante três séculos a escravidão operou sobre milhões de indivíduos impedindo o aparecimento da família nas camadas fundamentais no país e conseqüentemente acabou criando um “ideal de pátria grosseiro”, reduzindo a procriação humana a um interesse de seus senhores, mantendo a população tratada como animais, sem garantias, vestimentas, sem pagamento de seus salários, deixando-a ser coberta por doenças e morrer ao abandono.
Acaba sua explanação analisando criticamente que a escravidão criou “uma atmosfera que nos abafa e nos envolve, e isso no mais rico e admirável domínio da Terra.